Contraste entre posturas moralizantes e atitudes que vão contra os preceitos morais.
Retrata o grupo dos portugueses que povoam o Rio de Janeiro da época, com seus costumes e peculiaridades.
Traz, em sua essência, traços carnavalizados, como o contraste entre as propostas de seriedade e ordem e os momentos de completa desorganização. Enquadram-se, ainda, como componentes dos referidos traços, a forte presença do humor na obra. O caricatural, o que faz rir, a ironia, misturam-se em um conjunto que retrata o ridículo de diversas situações retratadas.
Temos uma obra ainda romântica, porém com certo caráter picaresco, herança espanhola que traz à tona uma visão divertida de determinada época.
Não há o predomínio da linearidade na obra, pois acontecem digressões e a quebra do enredo interrompe comentários, explicações.
Várias tramas desenvolvem-se ao mesmo tempo, sendo Leonardo, o personagem central, responsável por atá-las tornando-se o elo entre elas, o que permite que a obra seja denominada também de novela.
Uso da linguagem conotativa ou figurada.
No final, a vida de Leonardo organiza-se, tudo se encaixa satisfatoriamente, mostrando-nos mais claramente a presença do Romantismo no texto.
Aparecem diversas explicações sobre a obra na própria obra, o que demonstra o uso da metalinguagem pelo autor.
O foco narrativo é em terceira pessoa, com um narrador onisciente, que interfere no texto, faz observações e busca contato com o leitor (tentativa de diálogo). Existe dinamismo e ação em todo o decorrer da história.
Ao final da obra, o que impera é a ordem sobre a desordem, fechando-se o processo de carnavalização.
Forma-se, no todo, um grande painel do Rio de Janeiro na época enfocada. A crítica social pode ser sentida no desenvolvimento da trama.
Leonardo foi o precursor de Macunaíma, o qual só surgiria no Modernismo.
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