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terça-feira, 23 de agosto de 2011

Análise do livro Memórias de um Sargento de Milícias

Contraste entre posturas moralizantes e atitudes que vão contra os preceitos morais.

Retrata o grupo dos portugueses que povoam o Rio de Janeiro da época, com seus costumes e peculiaridades.

Traz, em sua essência, traços carnavalizados, como o contraste entre as propostas de seriedade e ordem e os momentos de completa desorganização. Enquadram-se, ainda, como componentes dos referidos traços, a forte presença do humor na obra. O caricatural, o que faz rir, a ironia, misturam-se em um conjunto que retrata o ridículo de diversas situações retratadas.

Temos uma obra ainda romântica, porém com certo caráter picaresco, herança espanhola que traz à tona uma visão divertida de determinada época.

Não há o predomínio da linearidade na obra, pois acon­tecem digressões e a quebra do enredo interrompe comentários, explicações.

Várias tramas desenvolvem-se ao mesmo tempo, sendo Leonardo, o personagem central, responsável por atá-las tornando-se o elo entre elas, o que permite que a obra seja denominada também de novela.

Uso da linguagem conotativa ou figurada.

No final, a vida de Leonardo organiza-se, tudo se encaixa satisfatoriamente, mostrando-nos mais clara­­mente a presença do Romantismo no texto.

Aparecem diversas explicações sobre a obra na própria obra, o que demonstra o uso da metalin­guagem pelo autor.

O foco narrativo é em terceira pessoa, com um narrador onisciente, que interfere no texto, faz obser­vações e busca contato com o leitor (tentativa de diálogo). Existe dinamismo e ação em todo o decorrer da história.

Ao final da obra, o que impera é a ordem sobre a desordem, fechando-se o processo de carna­valização.

Forma-se, no todo, um grande painel do Rio de Ja­nei­ro na época enfocada. A crítica social pode ser sentida no desen­volvimento da trama.


Leonardo foi o precursor de Macunaíma, o qual só surgiria no Modernismo.

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