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sábado, 10 de dezembro de 2011

narrar

Narrar é antes de tudo, contar estórias. É criar enredos, personificar ou inventar personagens. Podemos escrever fatos, sonhos ou uma amálgama de ambos. O que aconteceu, o que poderia ter acontecido, o que jamais acontecerá, enfim: a experiência narrativa é rica e limitada apenas pela nossa vontade e imaginação.
Tenhamos em mente que a experiência narrativa corretamente elaborada deve apresentar os seguintes itens básicos, que o autor desenvolverá utilizando seu bom senso e a experiência adquirida durante a leitura de outros textos
1O narrador
2 As personagens
3 O tempo
4 O espaço
Os textos narrativos podem conter parágrafos descritivos, podem conter parágrafos descritivos, onde o autor pode apresentar aspectos físicos, psicológicos e emocionais das personagens. Mas também é possível deixar claras essas características no desenvolver da narração , pelas atitudes e falas das persongens.
Vejam este texto de Mário  de Andrade, extraído de sua obra "Contos Novos":
Frederico paiciência era aquela solidariedade escandalosa. Tazia nos olhos grandes bem pretos, na boca larga, na musculatura quadrada da peitaria, em principal nas mãos enormes, uma franqueza, uma saúde, uma ausência rija de segundas intenções. E aquela cabelaça pesada, quase azul, numa desordem crespa. Filha de português e de carioca. Não era beleza, er vitória.
Ficava impossível a ente não querer bem ele, não concorda com o que ele falava.
Notem: aqui temos uma apresentação direta da personagem: suas características físcicas e psicológicas são descritas de modo direto.


Vejam agora um trecho da obra "O artista":
Helmut aproxima-se de Von Helder:
-Noto que o vermelho predomina em seus quadros, meu bom rapaz. Há uma razão específica para isso?
- É evidente meu caro Helmut. Tudo na arte tem o seu porquê. No casodo vermelho, simboliza todo o sangue inocente derramado.
- Considera os judeus mártires? - Helmut franze o cenho.
-O que eu considero não importa her Helmut. O artista tem a missão de provocar pessoas, fazendo pensar.
- E o que pensa vc de tudo isso?
-Como eu disse, não importa o que eu penso. Artistas sentem e transmitem sentimentos. Apenas isso.
Fingindo entender, Helmut volta para o seu círculo de amigos.
Conversando com os demais, lança um olhar enfurecido para Von Helder.
- Não entendo como o fuherer pode  gostar disso. ele praticamente dizque somos carniceiros. Deixa -me enfurecido.
-Talvez seja essa intenção . e , se for, parece que ele conseguiu .
Os amigos riem e continuam a beber.
Notem: já o trecho acima apresenta as personagens de maneira indireta, através de suas falas. Sabemos que o tal Von Helder ´eum artista, que usa vermelho em suas pinturas, que é sarcástico etc.
Atenção: não confundam apresentação das personagens com tipos de discurso! Como podem ter notado, no último exemplo foi utilizado o discurso direto (que utiliza as fala das personagens) para apresentá-las de maneira indireta.
Quanto ao tempo e ao espaço de nossa narração, uma boa escolha é optarmos pelos esquemas de desenvolvimento do texto, para que nos organizemos antes de começarmos a redigir.
Esquema de desenvolvimento do texto.
Bem, como diria o piloto de Fórmula 1 após levar uma volta: vamos devagar e com atenção.
Veremos quais os pontos necessários para a construção de nosso texto. Peguem todos os livretos anteriores e vamos lá.
1- Nosso primeiríssimo passo é definir o destino de nosso texto. Em qual linguagem devemos pensar, para escrevê-lo?
a) falada;
b) não verbal
c) escrita
" Destino? Não tem nada disso!
Para escrever, devemos escolher a linguagem escrita! - lá vem ele.
Sim, é claro que sim, é claro que sim. Mas qual é a finalidade de nosso texto? É um discurso?
Uma peça teatral? Se for um discurso devemos levar em consideração como ele soará quando lido, além de conter elementos condignos ao palestrante; uma peça teatral deverá ter falas claras e fáceis de pronunciar em voz alta e por aí vai.
Tratamos de tudo isso no primeiro volume, logo, podemos fazer nossa escolha.
Não faremos discurso nem peça teatral, logo, não precisaremos nos preocupar com palestrantes nem atores.
Certo?
2- No segundo volume de nossa série, tratamos de tema, desenvolvimento e conclusão. Sobre o que iremos escrever? Lembrem -se de que deve ser algo que conheçamos bem.
Como, infelizmente, não podemos escolher juntos, escolherei um tema familiar à quase totalidade da população brasileira, homens e mulheres: "um jogo de futebol".
Para que não nos percamos durante desenvolvimento, definamos logo a conclusão: "não  vi meu time ganhar". Lembram-se? Devemos ter em mente aonde queremos chegar para não ficarmos vagando por mares profundos durante a redação.
Vamos traçar nosso esquema de trabalho, relacionando o tema e a conclusão. Já devidamente entremeados pelo desenvolvimento:
Tema:
Um jogo de futebol
Desenvolvimento:
1 vou ao estádio
2 acontece confusão
3 sou detido
Conclusão:
não vejo meu time ganhar
Retomaremos o esquema depois de definir alguns detalhes de nosso texto.
3- No terceiro volume estudamos os discursos direto e indireto. Por qual optaremos? Devemos transcrever as falas das personagens literalmente, usando verbos, ou nossas próprias palavras? Mais uma vez eu apelo para a democracia unilateral e escolho: será um discurso direto.
Ainda naquele volume aprendemos sobre foco narrativo. Qual utilizaremos? Há dois focos narrativos, lembram-se?
a) primeira pessoa
b) terceira pessoa
( narrador onisciente)
Optaremos pela primeira pessoa.
4- nosso texto será uma narração, uma descrição ou uma dissertação, uma descrição ou uma dissertação? Notem que ainda é tempo de escolher, pois não traçamos todo o esquema de trabalho. Decidimos fazer uma narração.
Agora vamos desenvolver nosso esquema de trabalho.
Tema: Um jogo de futebol
Desenvolvimento:
1 vou ao estádio
1 a    É decisão do campeonato
1 b   Há muito meu time não ganha
1 c   Meu time é muito inferior ao adversário
1 d  O estádio está lotado
2 Acontece confusão
2 a  Torcedores brigam
2 b  Evito a briga
2 c  Sou empurrado.
3 Sou detido
3 a  Chega a polícia
3 b  Confunde-me com os brigões
3 c  levam-me preso
3 d  Passamos horas discutindo na delegacia
Conclusão
Volto para casa sem ver meu time ganhar
O esquema obedece apenas ao autor: não há regras fixas. Você pode desenvolvê-lo como quiser.
É uma boa idéia ler algum texto com as características do nosso, antes de começar. Mas estou sem nenhum livro, aqui, professor. Não estão, não! Nos nossos livretos há textos para todos os gostos. Peguei vcs, heim?
Como diria o reencarnacionista, tudo tem razão de ser - e os textos eram mesmo para suprir uma possível carência de material de estudo. Se já leram, vamos lá
1 vou ao estádio
2 é decisão do campeonato
3 há muito meu time não ganha
4 meu time é muito inferior ao do adversário
5 o estádio está lotado
Chego ao estádio quase uma hora adiantando para evitar o tumulto, mas noto que foi em vão. Não há um lugar vago e algumas pessoas penduram-se em janelas de prédios próximos; nunca vi tanta gente! Também, pudera.
Meu time, o arranca o toco futebol clube não vence um campeonato há dez anos e hoje é a grande decisão: aranca toco contra chuta prego, o principal rival, O adversárioé infinitamente superior e sei que meu time não vai ganhar, mas o que vale é a torcida.
2 acontece confusão
3 torcedores brigam
4 evito a briga
5 sou empurrado






















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