A descrição deve, pois, ir além do simples retrato: deve transmitir ao leitor uma visão pessoal ou uma interpretação do autor acerca daquilo que descreve, de modo a, por meio dos sentidos, nos transmitir uma imagem singular, original e criativa. Mesmo que, salvo a técnica ou científica, toda descrição revela, em maior ou menor grau, a impressão do autor sobre aquilo que descreve.
Tradicionalmente, as descrições são classificadas pelo assunto que abordam. Nessa classificação, dois tipos se destacam: a descrição geográfica e o retrato. A descrição geográfica trata da aparência das coisas não humanas tal qual se dão à percepção. O retrato trata das aparências do ser humano, enquanto indivíduo ou tipo, tanto físicas como de caráter e ideologia.
- Descrição objetiva: quando o objeto, o ser, a cena, a passagem são apresentadas como realmente são, concretamente.
- Descrição subjetiva: quando há maior participação da emoção, ou seja, quando o objeto, o ser, a cena, a paisagem são transfigurados pela emoção de quem escreve.
A dissertação por sua vez, atinge uma complexidade lógica ainda maior, pois seu foco abandona o mundo concreto para se concentrar no plano dos significados. A dissertação expressa uma opinião, um ponto de vista, um julgamento sobre o objeto descrito ou sobre o fato narrado. Não se passa a dissertação no mundo extenso, mas no foro íntimo do sujeito, a dissertação interpreta a realidade.
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